sábado, 29 de janeiro de 2011

Tenho saudades..

Tenho saudades do verão, do sol, do calor e das temperaturas boas. Tenho saudades de estar morena, tenho saudades da pouca roupa, dos biquínis, das sandálias e dos vestidos. Tenho saudades de me deitar às 6h da manhã e de acordar às 3h da tarde, tenho saudades de ficar a noite toda ao telefone, das conferencias e até das chamadas mais calmas. Tenho saudades de me rir até me doer barriga, de acordar os meus pais por me ouvirem a rir.Tenho saudades das piscinas, de nogueiró, de nogueira e da rodovia, tenho saudades do rio, do mar. De jogar às cartas, jogar raquetes, de dar caminhadas e de apanhar sol. Tenho saudades de conviver mais tempo com a minha família e com os meus amigos. Tenho saudades de um bom mergulho no mar.Tenho muitas saudades de Fão, de acampar, de cozinhar, de sobreviver com pouca coisa, de estar á minha responsabilidade, de sair todas as noites, de me divertir realmente. Tenho saudades do ar fresquinho á noite, ao pé do mar, de dar um mergulho às tantas com a água gelada. Tenho saudades dos escuteiros, das pessoas com quem convivia e agora já não convivo, tenho saudades do que vivi e aprendi com eles. Dos bons momentos que passei lá e dos poucos acampamentos que fiz e tanto gostei.Tenho saudades de todas as pessoas que conheci no verão, do que vivi com elas. Novas experiencias e novas convivências.Tenho saudades de conviver a toda a hora com os meus amigos, tenho saudades de grandes gargalhadas e de grandes bebedeiras. Tenho saudades de não ter qualquer problema em fazer cenas onde quer que seja. Tenho saudades de ter saudades da escola, tenho saudades de não existir rotina.Tenho saudades de cometer as maiores aventuras, de arriscar sem medo e correr sempre bem (ou não). Tenho saudades de nunca estar parada, nunca estar cansada, nunca estar em baixo. Tenho saudades de estar feliz a toda a hora, tenho saudades da minha pulseira da energia, tenho saudades de ter vontade para fazer tudo.Tenho saudades de toda a roupa e acessórios que compramos, todas as compras que fizemos para acampar, de gamar nos chinas o que não precisava de ser comprado.Tenho saudades dos churrascos de família, tenho saudades de estar com todos os meus primos, tios e avós. Tenho saudades das caminhadas ao bom Jesus. Tenho saudades de todos os cafezinhos de dia e á noite, sempre em sítios diferentes. Tenho saudades da avenida e do bp vazios. Tenho saudades de ir para a rodovia logo de manhãzinha, de correr e de jogar volei.Tenho saudades dos dias inteiros passados na piscina, das pizzas e das sandes e da água que andava sempre comigo. Tenho saudades de apanhar o autocarro das 8h08 para ir para a praia, e até tenho saudades de perder o autocarro para vir. Tenho saudades do Geres, das lagoas e do rio.Tenho saudades de todo o dinheiro que gastei e de ter os pais mais generosos de sempre. Tenho saudades de todas as idas ao Pacha, ao Bib, e a tantos outros sítios que sai há noite.Tenho saudades das feiras novas, de falar com toda a gente, e de quem conheci por lá.Tenho saudades de andar só no meio dos boys, e também de andar só nos meio das girls.Tenho saudades das horas passadas no fb. Tenho saudades dos muitos jantares de aniversário, do jantar das ‘babes’, de todas as mensagens e chamadas.Tenho saudades de tirar fotos a toda a hora e momento.Tenho saudades de rebuçados de fruta.Tenho saudades de ouvir música a toda a hora e também de dançar.Tenho saudades de me dar bem com toda a gente e de ser sociável.Tenho MUITAS saudades do Verão, tenho saudades de pessoas que conheci e que perdi, tenho saudades de pessoas com quem convivia e agora já não convivo. Tenho saudades das pessoas que quase perdia e fui a tempo de reconquistar e tenho saudades de quem perdi de vez. Tenho saudades de quem se tornou tão próximo e de repente tão distante. De todos os bons momentos que passei, que ainda agora os recordo. Tenho muitas saudades do Verão de 2010. E que o de 2011 seja pelo menos tão bom como o de 2010.

domingo, 9 de janeiro de 2011

amizades

"Houve um momento na vida em que achei que havia amizades para sempre. Ou pessoas que são uma espécie de nossas almas gémeas práticas: que nunca nos falham e sabem sempre dizer como a frase em que estamos a pensar acaba, mesmo quando ainda só dissemos as primeiras palavras. Almas gémeas práticas são pessoas imperfeitas, mas com uma ligação connosco maior do que essa imperfeição. São muletas, ombros, ouvidos, apoios, amparos, o nome que se lhes quiser dar. Pessoas com radares incorporados e sintonizados só para nós. Pessoas que achamos que conhecemos.
O tempo e a vida, claro, encarregaram-se de me mostrar que não há amizades para sempre, e que almas gémeas, mesmo imperfeitas, são coisa que não existe. O pior foi o momento em que, para lá de perceber que ninguém nos ouve se não dissermos nada, e que radares sintonizados só para nós só estão dentro de nós mesmo, foi perceber que, mesmo quando falamos, às vezes nem assim nos ouvem.
Sempre gostei de pensar que há pelo menos duas ou três pessoas na minha vida que conheço mesmo. É uma espécie de conforto, um investimento com ida e volta, porque as pessoas que eu acho que conheço mesmo são as pessoas a quem eu me mostro mesmo. E isso às vezes é um descanso, embora também possa ser a afirmação da vulnerabilidade absoluta.
Por isso é que não sei bem como reagir quando há momentos - como agora - em que acontece alguma coisa que me faz concluir que não conheço ninguém, que nunca conhecemos verdadeiramente a pessoa que está ao nosso lado. E que tentar sequer conhecer alguém é uma tarefa perdida à partida. Ou porque as pessoas se escudam, ou porque são para nós uma representação de algo que se calhar até gostariam de ser, ou porque têm uma dimensão
inalcançável e até mesmo obscura à qual nunca chegaremos, ou simplesmente porque são mentirosas e falsas e um dia descobre-se um segredo horrível e o passado todo que se viveu é revisto em perspectiva do que se descobriu, como se nunca tivéssemos vivido aquilo porque a pessoa que conhecíamos não pode ser a mesma que escondeu o segredo terrível.
Não sei o que fazer ou como reagir porque odeio pensar que há coisas
inalcançáveis à partida, ou duas faces para tudo. É que já é tão cansativo lidar com uma realidade, que nem sequer quero pensar o que será ter de lidar sempre com duas, em todo o lado, a que se mostra e a que se esconde."

  Agora, tento só recordar as coisas boas que vivemos, e a saudade que elas me trazem.